Há alguns anos para cá tenho dedicado algum tempo livre para reflectir sobre o que andámos a fazer aqui neste mundo e fui reparando em muitos erros por mim cometidos.
Comecei por pensar no porquê de tanta guerra no mundo, ao principio pensava que as pessoas eram más, gananciosas e desonestas, pensava eu que a culpa era delas, dos políticos dos americanos ou dos capitalistas, ou seja, a culpa era de todos menos minha, se fossem todos como eu o mundo era um paraíso, pensava eu.
Uns atiram a culpa para o diabo outros para esta ou aquela religião, os pobres dizem que é obra dos ricos, os ocidentais apostam que é dos orientais e por aí fora.
Depois pensei em mil maneiras de mudar as pessoas, eu queria mudar o mundo, não me queria resignar a assistir à morte de milhões de crianças escravizadas e torturadas; eu queria ajudar e então pensei, pensei e nada, como é que eu sozinho podia acabar com tantas atrocidades? E se não conseguia então o melhor era fazer de conta que não se passava nada, uma vez que eu não tinha nada a ver com o assunto.
Acontece que, teimoso como sou fui procurando, questionando e reflectindo sobre tudo, se eu conseguisse encontrar a raiz do mal talvez houvesse uma hipótese.
Desconfiado e céptico questionei tudo o que até então tinha como certo, absolutamente tudo, retirei a credibilidade a todas as convicções até então estabelecidas, abalei os alicerces da minha própria existência e ao mesmo tempo que procurava a razão de tanto mal fui concentrando energia, eu queria estar preparado para atacar assim que tivesse as coordenadas precisas e fiáveis.
Sentia a energia confluir para mim, mais e mais, até que fiquei convicto de que tinha poder suficiente para aniquilar todo o universo se a essa conclusão chegasse. O poder embriagava-me.
Dias houve em que tive muita dificuldade em controlar tanta energia, eu precisava de um alvo de uma resposta de um culpado e rápido.
Então um diálogo de um filme, que vaguea-va no meu subconsciente, clareou e entranhou-se em mim.
Não tentes corrigir os outros, è impossível,
Em vez disso procura ver a realidade,
Aperceber-te-às, então, da verdade,
Os outros não existem,
És tu quem erra!
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